terça-feira, 11 de abril de 2017

Orientalist Dance - Páginas 12 e 13

Oláaaa!

Sejam bem vindos ao nosso blog!

Depois de muito tempo ausente, estamos reativando nosso espaço de estudo sobre a Arte da Dança do Ventre.

Pretendo cumprir uma promessa antiga, de compartilhar a tradução (ainda que amadora) de trechos do livro "Orientalist Dance" de Alkis Raftis. Meu plano é traduzir duas páginas por dia, exceto aos finais de semana e feriados, ok?

Aqui você encontra a primeira parte: http://kavalentin.blogspot.com.br/2013/

Lembrando que não sou tradutora profissional, tá gente, rs! Então eventuais críticas e sugestões de melhorias são muito bem vindas! Desde que feitas de forma educada e construtiva ;)

Reforço ainda que o texto é de autoria do Historiador Alkis Raftis, que me autorizou a compartilhar o conteúdo, texto e imagens, no Brasil.

Bom! Quer descobrir um monte de informações surpreendentes sobre a Dança Oriental??? Então, vem comigo!



(Página 12)

Oriente
O que os Europeus chamavam de Oriente na época era basicamente o Império Otomano, que incluía praticamente todos os países ao redor do Mediterrâneo das Balcãs até Marrocos. Isto obviamente não corresponde com a geografia, uma vez que toda a costa sul do Mediterrâneo não se situa a leste mas ao sul da Europa. Além disso, o termo Oriental é muito relativo, para os próprios egípcios, sua própria dança não é Oriental, enquanto que para os americanos toda a Europa está no leste. É certamente uma apelação convencional, não deve ser considerada literalmente.

Religião
Deveria ser errado associar esta forma de dança aos muçulmanos, simplesmente porque os países correspondentes são muçulmanos. Nas cidades, especialmente nos portos e frequentemente nas aldeias, um número considerável de habitantes - e a parte mais dinâmica da população - não eram muçulmanos. Além da Grécia e dos Balcãs - onde a grande maioria da população era cristã - era possível encontrar em todos os lugares judeus, gregos (que são cristãos ortodoxos), levantines (católicos europeus) e, claro, ciganos. Todas essas comunidades foram permanentemente assentadas por várias gerações e possuíam seus hábitos particulares de dança, que incluíam a dança orientalista.
Como regra geral, muçulmanos das cidades nunca dançavam (pelo menos em público), aqueles das aldeias raramente o faziam, enquanto as mulheres tinham seu rosto e corpo permanentemente cobertos. Excepcionalmente encontramos alguns grupos pequenos conhecidos por sua dança, como os Zeibeks na Anatólia, os Ouled-Nail na Algéria e as Almées no Egito.


(página 13)

Profissional ou amador
Em todo país do mundo, em todas as épocas, a dança tem dois tipos principais: profissional e amadora. Esse fato é ignorado até mesmo pelos mais sérios livros de história de dança. Nos países a que nos referimos, a distinção é radical: aqueles que dançam para entreter outros são sempre profissionais, com uma marca social claramente inferior. Os outros, amadores, não fazem performances, mas dançam em um grupo, ou em uma ocasião da família, uma festa divertida ou algum evento da sua aldeia.

Mulheres ou homens
Antigamente, assim como agora, a dança oriental era executada por mulheres: as poucas exceções confirmam a regra. Nas pinturas não há nem exceções - nenhum pintor provocaria a prudência da sua época neste nível - quando na literatura o viajante europeu vira o rosto com indignação ou faz comentários condenatórios para justificar sua presença em um espetáculo da dança sensual masculino, exceto nos casos da dança masculina com espadas, ou alguma dança vigorosa que ele rapidamente classifica com uma dança de guerra. Deve-se notar que na pintura as mulheres são sempre mostradas dançando sozinhas, enquanto descrições escritas mostram que as danças de grupo eram bastante comuns.

Garotos
Chegamos agora ao maior tabu da Dança Oriental. Mesmo atualmente, ninguém está preparado para admitir que a dança profissional no Oriente Médio era mais para garotos do que para mulheres. Uma pessoa que somente estudou pinturas nunca suspeitaria, mas lendo sistematicamente anotações dos viajantes, poderia confirmar isso. Estamos preparando uma monografia sobre isso, com dados detalhados, apesar do fato de que ninguém parece disposto a aprofundar este assunto, profissionais nem amadores.

Música
Tem um ponto que a totalidade dos viajantes concordam: a música dos Orientais é insuportável. Não poderia ser diferente, já que a música europeia, promovida pela Igreja Católica, é baseada na escala temperada, fundamentalmente diferente das escalas naturais usadas no Oriente.

(continua amanhã...)

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